Lápis Azul

 




Liberdade, quem não conhece a palavra liberdade? 50 anos após a Revolução dos Cravos esta palavra bendita ecoa nos ouvidos de todos, contudo, será que todos e, em especial, os jovens percebem verdadeiramente o seu significado? Certamente que aqueles que já vivenciaram a sua ausência nem imaginam que alguém possa considerar outros aspetos mais relevantes para a vida humana do que ser livre. Mas a História é testemunha de que, muitas vezes, as pessoas escolhem a segurança em detrimento da liberdade, e também testemunha dos grandes efeitos “colaterais” dessa escolha. Assim, todas as épocas são de emergência, e de urgência, de relembrar às novas gerações o valor da LIBERDADE! Na escola, em casa, nos media, em…, em…, em… E nunca é demais!

Foi neste contexto que as turmas dos 11.º A, B e D, na disciplina de Filosofia, e as turmas dos 12.º E, F e G, na disciplina de Sociologia, participaram na atividade “Lápis azul”, organizada pela equipa da Biblioteca Escolar (BE) em articulação com a docente daquelas disciplinas. Entre outros objetivos, a atividade pretendeu mostrar a relevância da liberdade de expressão na construção de sujeitos cidadãos de pleno direito.

A leitura do texto “Eu, o lápis azul”, retirado da obra 7 X 25 - Histórias da Liberdade, de Margarida Fonseca Santos, deu início à sequência das tarefas solicitadas, enquadrando a temática da censura. Para além de relembrar aos alunos e às alunas a organização da BE, as tarefas colocaram-nos em contacto com alguns livros censurados durante o Estado Novo, bem como com os respetivos relatórios do censor. Denúncia das condições injustas em que vivia o povo, crítica à estrutura social, vida sexual, crítica à religião, … foram alguns dos conteúdos que alunos e alunas puderam ver censurados em obras como Esteiros, de Soeiro Pereira Gomes; Cerromaior, de Manuel da Fonseca; Comunicação, de Natália Correia; Sete Odes do Canto Comum, de Orlando Costa; O Sol Nascerá um Dia, de Alexandre Cabral; e O Anti-Christo, de F. Nietzsche, títulos que integram a Coleção Biblioteca da Censura, publicada pelo Jornal Público e adquiridos pela BE. Segundo a leitura dos relatórios da censura, estas seis obras eram consideradas ou anticatólicas, ou imorais, ou pornográficas/libertinas, ou professavam ideias comunistas, ou faltavam à verdade!

Após uma reflexão conjunta sobre os relatórios da censura, a atividade terminou com a audição da canção “Queixa das Almas Jovens Censuradas”, poema escrito em 1957 por Natália Correia e musicado e cantado por José Mário Branco em 1971, no álbum “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”. A análise do poema pretendeu chamar a atenção para o valor da liberdade como valor intrínseco à condição humana e impulsionador da formação dos jovens. A mensagem final foi de que a liberdade é uma conquista diária que nunca podemos dar por garantida e cuja manutenção também depende da ação individual.

Obrigada, Alice Alves! E obrigada à Marta Roque, Helena Parra e D. Inês por toda a colaboração. 


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